
Mais cedo, Bolsonaro deu entrevista em frente ao palácio e criticou abertamente a decisão de Moraes em vetar a nomeação de Alexandre Ramagem ao cargo de diretor-geral da Polícia Federal (PF). O presidente afirmou que o despacho foi "político" e quase gerou uma crise institucional.
Posterior a declaração, Barroso enviou uma declaração a jornalistas em que elogia Moraes. "O ministro chegou ao Supremo Tribunal Federal após sólida carreira acadêmica e de haver ocupado cargos públicos relevantes, sempre com competência e integridade. No Supremo, sua atuação tem se marcado pelo conhecimento técnico e pela independência. Sentimo-nos honrados em tê-lo aqui".�
Por sua vez, Gilmar Mendes usou as redes sociais para manifestar sua admiração pelo colega. "As decisões judiciais podem ser criticadas e são suscetíveis de recurso, enquanto mecanismo de controle. O que não se aceita, e se revela ilegítima, é a censura personalista aos membros do Judiciário. Ao lado da independência, a Constituição consagra a harmonia entre poderes".
Até o presidente da suprema corte, Dias Toffoli, ratificou que é testemunha da dedicação de Moraes ao direito e à causa pública. "Fica aqui meu carinho e meu abraço ao querido colega e amigo ministro Alexandre de Moraes", disse.
No julgamento desta quinta, o próprio Alexandre de Moraes alfinetou a liderança do palácio do planalto. Segundo ele, é necessário que se exerça cargos públicos olhando para a população e adotando medidas técnicas, "não com base em achismos, com base em pseudomonopólios de poder por autoridade".
O ministro também enfatizou a necessidade de alinhamento do Governo Federal com os prefeitos e governadores para o combate da pandemia.
"O Brasil já chega quase a 6.000 mortos. Enquanto os entes federativos continuarem brigando, judicialmente ou pela imprensa, a população é que sofre. A população não está muito preocupada com a divisão de competências administrativas ou legislativas, a população quer um norte seguro para que ela tenha saúde", afirmou.
Na decisão de vetar Ramagem, Moraes utilizou as falas do ex-ministro Sergio Moro, que, ao deixar a pasta da Justiça e Segurança Pública, disse Bolsonaro queria trocar o diretor da PF para poder interferir no trabalho da corporação.
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