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"A iniciativa reconhece os méritos de Raoni Metuktire enquanto líder de renome mundial, que, do alto de seus 90 anos, dedicou sua vida à luta pelos direitos dos indígenas e pela preservação da Amazônia", justificou a Fundação em um comunicadoEm um artigo de opinião publicado em 2 de setembro no jornal britânico "The Guardian", o cacique fez duras críticas à atual política ambiental do Brasil e à forma como a Amazônia vem sendo tratada.
"Há muitos anos nós, líderes indígenas e povos da Amazônia, temos alertados vocês, nossos irmãos que trouxeram tantos danos às nossas florestas", afirma o cacique, dizendo que o que vem sendo feito nas florestas "vai mudar todo o mundo, destruir nossa casa e a sua casa também".Segundo Raoni, depois de muitos anos lutando entre si, as comunidades indígenas atualmente têm um inimigo comum: aqueles que invadiram suas terras e "agora estão queimando mesmo as pequenas partes de florestas que nos restaram", escreve no "The Guardian".
O líder indígena avalia que o presidente Jair Bolsonaro "estimula os fazendeiros próximos de nossas terras a derrubar a floresta - e ele não está fazendo nada para prevenir que nosso território seja invadido".
Raoni afirma, ainda, que a população ocidental "perdeu o rumo", e caminha somente em direção "à destruição e à morte".
Em um vídeo publicado na internet com seu nome, em 26 de agosto, Raoni diz que "os incêndios estão se alastrando, transformando a floresta Amazônica em cinzas". Dirigindo-se a "todos os líderes do país", ele pede que o governo brasileiro encontre caminhos para "acabar definitivamente com os incêndios florestais".
No vídeo, Raoni lamenta que o presidente Jair Bolsonaro não queira se encontrar com ele pessoalmente. "Eu conheci muitos chefes de estado, por mais de 60 anos. Eles falaram comigo, eles me consideraram. A gente pôde discutir", afirma em sua língua nativa, conforme descreve a legenda do vídeo.O cacique Raoni nasceu na década de 1930, mas não se sabe precisamente em que ano. Na infância, começou sua vida no vilarejo de Krajmopyjakare, no Mato Grosso. Raoni tem como uma de suas marcas registradas o "labret", adorno que carrega no lábio inferior - um símbolo de seu compromisso com a terra que nasceu. Veja abaixo alguns dos momentos mais importantes de sua vida.
- No fim da década de 1950, Raoni se encontrou com o então presidente Juscelino Kubitschek, o qual se comprometeu com a causa indígena. Foi o primeiro encontro do cacique com um governante.
- Em 1973, o cineasta belga Jean Pierre Dutilleux, iniciou a produção de um documentário para contar a história do cacique. O longa 'Raoni' foi exibido no Festival de Cannes em 1977 e concorreu ao Oscar em 1979.
- Em 1989, o cacique conheceu Sting, ex líder da banda The Police, eles se encontraram em uma visita do cantor no Brasil. Após o encontro, os dois saíram em turnê mundial para denunciar a destruição da floresta e o descaso do governo brasileiro com a população indígena.
- A partir de 1989, Raoni se torna um dos principais nomes nos protestos contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, na bacio do Rio Xingu.
- Em maio deste ano, o cacique visitou novamente a Europa e, passou por diversos países em busca de apoio de lideres governamentais em ações de defesa da floresta Amazônica e dos povos indígenas do Brasil.
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